a lacuna e
o fragmento


no cinema documental
de diretoras
argentinas


[prólogo]

tem uma coisa diarística nesse registro/escrito/escritura

e tem uma necessidade de visualizar a montagem desse
todo

é preciso um desenho
expográfico para não interpretar rs
acho que o prólogo faz algo por mim.

ele me situa num universo de imagens e produção artística de variados meios, mídias e linguagens que circulam em diferentes frequências ao redor da memória. algo mais amplo do que puramente uma questão temática.

são imagens que estão dispostas e à deriva de entradas que dialogam, porém lidam e são lidadas de formas diferentes.

eu sinto que é uma forma de eu dizer olha estou falando a dissertação toda sobre esse tema e estou averiguando tais pontos, mas assim eu preciso dizer que as questões suscitadas por esses materiais e sua relevância pro pensamento crítico não existe sozinha no mundo de imagens.

e suponho que o cruzamento delas pode nos fazer acessar outras camadas e a forma de um ainda que distinta pode colaborar com a do outro. não num sentido apaziguador, mas num lugar de ter acesso a mais texturas. porque as vezes acredito que ficamos meio cegos com uma militância ou com outra, com um pensamento ou outro e acabamos totalizando com fórmulas meio prontas elementos complexos.

quero muito falar dos meu objetos e de como vem as questões, mas eu acho importante estar ancorado num universo mais amplo, ainda que minimamente. onde talvez possamos relacionar essas epistemologias que esses e os outros objetos suscitam.

[algo que me pegou muito nessa bienal foi a forma de trazer perspectivas geralmente associada a "outras" sem parecer com esse "outro" recorrente. além disso, não tem como ponto central e guia essa "política de visibilidade" que é falha e ludibriosa.


é imagem. é arquivo. é memória. é autobiográfico. é o esquecimento o tempo inteiro. a lembrança é o que fica, quando fica, é muito pouco.

é a falta o tempo inteiro, onipresente. a falta é a deusa que rege.

sobre m'barek:
essas criações estão a todo tempo dizendo: que não seja por falta. aqui estão, aqui estamos. de diferentes formas e entrecruzados a todo tempo. marcados uns sobre os outros diasporicamente.